A Educação Ambiental envolve diversos aspectos por ser uma experiência REALIZADA com a integração de conceitos em Meio ambiente e abordagem necessariamente prática.
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A Instituição em Educação Ambiental Energy marcon e o Grupo Tá na Rua promovem na véspera do dia da criação do IBAMA, 21 de fevereiro, atividades em educação ambiental gratuitamente na sede do Grupo (Av Mem de Sá, 35, Lapa).
Contação de história, bate-papo com o público presente sobre o que são Impactos Ambientais e como mitigá-los e a exibição do documentário ‘HOME - Nosso Planeta, Nossa Casa’ fazem parte da programação.
Dirigido por Yann Arthus-Bertrand e produzido por Denis Carot e Luc Besson, o documentário foi trazido para o Brasil em parceria com a Good Planet Foundation e Europa Filmes. O documentário foi lançado mundialmente no dia 05 de junho de 2009, Dia Internacional do Meio Ambiente, e foi rodado em 54 países e em 120 locações. Rendeu 500 horas de filmagens, todas elas captadas dos céus e registradas em 733 fitas em 18 meses.
Serviço:
Grupo Tá na Rua - Av Mem de Sá, 35 Lapa- www.tanarua.com.br
Segunda, 21/02
19h - contação de história com a atriz e professora Tatiana Henrique
19:20 – bate-papo com o público presente sobre Impactos Ambientais
19:30 - exibição do documentário ‘HOME - Nosso Planeta, Nossa Casa’
‘HOME - Nosso Planeta, Nossa Casa’
Gênero: Documentário
Duração: 93 minutos
Direção: Yann Arthus-Bertrand
Classificação Indicativa: Livre
A Energymarcon CONFIRMA o Torneio QUEIMADO CONTRA QUEIMADAS para o dia 24 de outubro de 2010, na praia do Leblon, posto 11, em frente à Afrânio de Melo Franco com início do torneio previsto para às 9h. Aqueles que desejarem fazer inscrição no local deverão chegar ao local com antecedência, e de acordo com o regulamento no site http://www.energymarcon.com.br/.
Depois de dois dias de sessões conturbadas, uma Comissão Especial da
Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 6 de julho, alterações no
Código Florestal brasileiro. Pela nova redação, não haverá mais a
obrigatoriedade de se preservar 30 metros de vegetação na beira dos rios
(matas ciliares), mas apenas 15 metros, em se tratando de cursos d’agua
que tenham de cinco a dez metros. Além disso, propriedades com até
quatro módulos fiscais – o que na Amazônia, por exemplo, equivale a 400
campos de futebol – que já tenham desmatado áreas de Reserva Legal, não
serão mais consideradas ilegais e nem precisarão replantá-las.
Pelo novo Código, os topos dos morros também deixam de ser
consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP) e podem ser
desmatados. São justamente estas áreas que recarregam os lençóis
freáticos. O Código Florestal, que é a lei federal 4771, existe desde
1965 e é responsável por regular a relação entre os brasileiros e os
biomas do país. O código define a observância das APPs, de Reserva Legal
e vários outros dispositivos que visam coibir a exploração desenfreada
da natureza.
Em junho, o deputado federal Aldo Rebelo (PcdoB/SP), relator da comissão
especial criada para analisar os projetos de lei que alteram o Código
Florestal, apresentou um relatório que flexibiliza as normas já
existentes, como reivindicava a chamada bancada ruralista no Congresso.
Em resposta, movimentos sociais ligados ao campo, pesquisadores e
intelectuais começaram uma campanha contra a aprovação do relatório
apresentado por Rebelo.
Nos últimos dias 5 e 6 de julho, o deputado apresentou um
substitutivo que sofreu várias alterações ao longo das duas sessões de
discussão e aprovação da matéria. Com presença de pessoas contrárias e
favoráveis assistindo às reuniões, vaias e aplausos eram ouvidos
constantemente. Algumas das modificações foram feitas por Aldo Rebelo
horas antes da votação, na madrugada do último dia 6, razão pela qual
deputados contrários à aprovação do texto se posicionaram
insistentemente pelo adiamento da decisão, mas não tiveram êxito e a
proposta foi aprovada por 13 a 5 votos. Os vários destaques apresentados
pelos deputados também foram reprovados.
Para movimentos sociais, novo código possibilita mais desmatamento
O projeto de lei aprovado na Comissão Especial ainda precisa ser
aprovado no plenário da Câmara e do Senado para começar a vigorar. O
engenheiro florestal especialista em agroecologia Luiz Zarref, da Via
Campesina, considera que o projeto praticamente ‘derruba’ o Código
Florestal. Ele explica que, ao contrário do que sugere o relatório do
deputado Aldo Rebelo, os movimentos sociais reunidos na Via Campesina
nunca tiveram como demanda o fim da Reserva Legal em propriedades de até
quatro módulos fiscais.
Pelo novo código, os proprietários destas unidades devem preservar as
matas restantes, mas estão desobrigados a recompor o que já tiver sido
destruído da Reserva. Luiz acredita que este é um dos principais
problemas do novo texto. “O conceito de Reserva diz que se trata de uma
área de uso sustentável, de manejo, onde se pode plantar frutas, até
mesmo café, em convivência com espécies nativas. Esta Reserva é
importante para se diversificar a produção”, explica.
O engenheiro lembra que é justamente nestes espaços onde sobrevivem
espécies nativas como o pequi, por exemplo, no caso do Cerrado, fruta
largamente utilizada na culinária local. Ele explica ainda que todo
pequeno produtor sempre teve no lote de terra um pedaço de mata para
colher ervas medicinais, lenha e estacas para fazer cercas.
“Acabar com a Reserva Legal não é nenhum benefício. Daqui a 20 anos
as terras destes pequenos agricultores estarão muito piores porque a faz
reciclagem de nutrientes, mantém a adubação do solo e uma série de
animais que são predadores naturais de pragas. E os pequenos
agricultores não são como os grandes que podem vender a terra e ir para
outro lugar: aquela terra será para ele, para os filhos e netos dele.
Então, a longo prazo, é um grande golpe para a agricultura familiar”,
acrescenta.
O projeto aprovado anistia os proprietários de terras que desmataram
ilegalmente até o ano de 2008. Luiz alerta que, na verdade, o que foi
aprovado desobriga os desmatadores de pagamento de multa até o presente
momento porque não existe estrutura suficiente nos órgãos de
fiscalização para saber quem desmatou antes ou depois de 2008.
“Nós não temos acesso a imagem de satélite de todo o território
nacional com tanta atualidade e o único meio de saber isso é por meio
destas imagens, que são caríssimas. Só as temos em algumas regiões de
fronteira da Amazônia, mas que ainda assim são imagens boas para
detectar queimadas”, diz.
Outro aspecto polêmico aprovado no novo texto se refere à
possibilidade de compensação da área desmatada. O fazendeiro que
desmatou poderá, pelo novo código, comprar um trecho de mata equivalente
àquele em outro local, mesmo em outro estado, desde que seja dentro do
mesmo bioma. Ou seja, se o desmatamento foi na região da Floresta
Amazônica, a área compensada também deve ser na floresta. Pelo código em
vigência hoje, esta compensação só pode ser feita dentro da mesma
microbacia hidrográfica. Luiz Zaref critica também esta mudança.
“Esta área preservada cumpre o papel de abastecer de água os riachos
da região. Se for jogada em outra bacia, mesmo que seja dentro do mesmo
bioma, o impacto naquela bacia que está sendo devastada já terá sido
feito”, explica.
Em jogo, dois modelos de produção agrícola
No decorrer das discussões da comissão, o deputado Aldo Rebelo fez
alterações no texto para deixar claro que a desobrigação de preservar a
Reserva Legal em propriedades com até quatro módulos fiscais valia
apenas para aqueles agricultores que já tinham desmatado até 30 de julho
de 2008 e não para futuros desmatamentos.
Entretanto, a mudança, na opinião de Luiz Zarref, significa muito
pouco, já que não há fiscalização suficiente, e o novo código contribui
para aumento das áreas desmatadas. “Nós não temos dúvida de que terá uma
corrida desenfreada pelo desmatamento nos próximos meses, dada a total
ineficiência dos órgãos de fiscalização brasileiros”, opina.
Para ele, o Cerrado e a Caatinga serão os biomas mais atingidos pelo
desmatamento, já que nestas regiões a fiscalização é ainda mais
ineficiente do que no bioma amazônico. “Como você diz que foi desmatado
até 30 de julho de 2008? Não há como dizer. Os órgãos estaduais de meio
ambiente estão sucateados: têm técnicos que fazem a legislação, mas não
têm técnicos que vão a campo. Então, quando o técnico for lá daqui a
dois anos, como ele diferencia o que foi feito em 2010 do que foi feito
em 2008?”, questiona.
De acordo com o engenheiro da Via Campesina, o texto aprovado
choca-se também com o conceito até hoje vigente de função social da
propriedade. “Uma propriedade, para não ser desapropriada, tem que ter
uma função socioambiental, precisa ser financeiramente rentável e ter
preservação ambiental. É um tripé. O novo código ataca uma parte deste
tripé, a da preservação ambiental. Com o código, uma fazenda não pode
mais ser desapropriada por não cumprir a função social no quesito da
preservação ambiental”, destaca.
Luiz questiona a imagem que se tentou construir de que os movimentos
sociais são contra a produtividade. Para ele, na verdade, o que está em
jogo são modelos diferentes de produção – o do agronegócio e o da
agricultura camponesa e familiar. “Quem mais produz alimentos hoje é a
agricultura camponesa e familiar, basta olhar os dados do IBGE”, diz.
Código da Biodiversidade
Para o professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da
Universidade Federal Fluminense Carlos Walter Porto-Gonçalves, a defesa
do Código Florestal pelos movimentos sociais demonstra o quanto os
setores progressistas estão na defensiva, sem conseguir de fato, pautar
novas discussões. Ele atua junto aos movimentos sociais e também assinou
o manifesto contra as modificações no Código Florestal, mas alerta que é
preciso fazer uma outra discussão – a da necessidade de se pensar em um
código de biodiversidade e não só de florestas.
“Falar em Código Florestal hoje é um retrocesso. Por que não um
código de biodiversidade? As oligarquias latifundiárias ligadas ao
Cerrado estão muito preocupadas em tirar o Mato Grosso e o Tocantins da
Amazônia. Com esses estados não sendo mais compreendidos como áreas de
floresta, eles ficariam livres para explorar o Cerrado. É preciso ver o
que está por trás desta discussão”, alerta.
Carlos Walter lembra a importância de biomas como o Cerrado, que tem
grandes mananciais, onde se formam os rios mais importantes do país, e
uma biodiversidade riquíssima, com centenas de espécies. Por isso, a
urgência de se criar um código da biodiversidade. “O Código Florestal
acaba sendo uma maneira indireta de dizer lá fora que você está cuidando
das florestas do Brasil. A questão das florestas é um dos pontos
importantes do debate ambiental global, mas é apenas um dos lados do
problema.
O outro lado é a erosão genética, da biodiversidade, que se dá a
partir do monocultivo. Sobre esse lado, as oligarquias não querem falar,
por isso querem apenas falar de um código de florestas e não de
biodiversidade. Assim, aceitam uma agenda externa para o debate na exata
medida em que é conveniente aos seus propósitos de continuarem
exportando commoditties agrícolas e minerais”, explica. E completa:
“Guimarães Rosa, inspirado nos camponeses do cerrado, soube compreender
como poucos que ‘o cerrado é uma caixa d´água’, pois o ‘grande sertão’,
as chapadas, são recargas hídricas fundamentais para alimentar os
lençóis d´água e daí as veredas. Por isso batizou seu grande livro:
‘Grande Sertão: Veredas’. Preservar os cerrados e a cultura dos povos do
cerrado, como soube fazer Guimarães Rosa, é fundamental para garantir
água e de boa qualidade. Talvez tenha sido essa compreensão profunda da
realidade dos povos do cerrado que tenha feito o escritor de Minas
Gerais, universal”, destaca.
E conclui:. “Eu parodio uma frase do Chico Mendes que dizia que não
há defesa da floresta sem os povos da floresta. Também não tem defesa do
Cerrado sem os povos do Cerrado, porque os povos têm o conhecimento
destas veredas e encostas, que vão produzir o Baru, o Pequi, a
Fava-danta, um conjunto de óleos, frutos e resinas com usos medicinais”,
salienta.
O Código Florestal e a saúde
O médico veterinário e professor-pesquisador da Escola Politécnica de
Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), André Burigo, ressalta que,
apesar de a saúde e o meio ambiente serem áreas bastante relacionadas,
nenhum profissional da saúde foi ouvido no processo de elaboração do
relatório do deputado Aldo Rebelo.
“O relatório traz registro das 33 audiências realizadas para discutir
o tema e o nome dos convidados em cada uma delas. O Ministério da Saúde
não foi convidado, a Anvisa também não, instituições como a Fiocruz,
que tem laboratórios de excelência na discussão da saúde no campo,
também não. De fato, diante de tudo que o relatório apresenta, a saúde
poderia ser considerada um obstáculo para que avançasse esta proposta de
um novo Código Florestal”, critica.
André Burigo explica que cabe à área de saúde ambiental explicar esta
relação entre saúde e meio ambiente, fundamentalmente estudando os
impactos decorrentes do encontro do homem com a natureza na saúde das
pessoas.
Ele lembra que no ano passado, foi realizada a I Conferência Nacional
de Saúde Ambiental em cuja plenária final a diretriz mais votada diz:
“mudança no modelo de desenvolvimento econômico de forma a produzir a
qualidade de vida e a preservação do ambiente e a saúde desta e das
futuras gerações, com a proteção da agrobiodiversidade e da
biodiversidade urbana e rural, visando à sustentabilidade socioambiental
responsável”. Para André, a diretriz aprovada ilustra como a área da
saúde tem a contribuir para este debate, no sentido oposto das
modificações que estão sendo propostas para o Código Florestal.
O pesquisador ressalta que o modelo de produção vigente atualmente,
do agronegócio, com grande concentração fundiária, trabalhadores
mantidos muitas vezes em condição análoga à de escravidão e forte uso de
agrotóxicos, tem impactos diretos na saúde. “Por exemplo, a segurança
alimentar é uma questão de saúde pública enorme por causa deste modelo
de desenvolvimento. Nós, da saúde, recomendamos muito a ingestão de
verduras e hortaliças, mas estamos entrando num paradigma no qual
podemos questionar se estes itens são alimentos ou não, por causa do uso
intensivo de agrotóxicos. O conceito de alimentos tratado no Conselho
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional é de alimentos sadios, que
não contêm veneno”, questiona.
Ele comenta ainda que a população camponesa está sujeita também a
outros problemas, que têm impacto direto na saúde e estão relacionados
ao modo de produção do agronegócio, como a pulverização aérea das
plantações. André lembra que este tipo de atividade foi questionada
durante a Conferência Nacional de Saúde Ambiental, que votou por se
extinguir a pulverização aérea no Brasil, entendendo que não há
condições de segurança para isso. “Não há como garantir que esta
pulverização aérea ficará apenas sobre aquela propriedade que aquele
grande empresário está aplicando”, explica.
O pesquisador dá um exemplo de como este modelo, que muitas vezes
estabelece relações com os pequenos agricultores, traz consequências
perigosas. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pequenos agricultores
plantam fumo ou criam aves e suínos para grandes empresas.
“Este tipo de relação coloca o proprietário daquele chão como
empregado das grandes empresas, que oferecem a muda, o veneno e o
produtor entra com o financiamento do galpão, com a mão de obra da sua
família, expondo sua família ao veneno. A mistura de exposição ao
agrotóxico e de endividamento desta família na relação desfavorável que
elas tem com o setor do agronegócio tem levado, inclusive, a um número
elevado de suicídios destes pequenos agricultores”, exemplifica.
André ressalta que há muitas populações expostas à chamada injustiça
ambiental, expressão utilizada para conceituar práticas que provoquem
danos à saúde pela transgressão do limite de atuação saudável no meio
ambiente. Ele diz que as parcelas mais expostas da população são aquelas
mais pobres das cidades, que vivem nas periferias das fábricas ou
também em condições precárias, sem acesso à saneamento, educação e
alimentação dignas. E no campo, as mais expostas aos agrotóxicos. “O
Brasil tem ainda utilização liberada de agrotóxicos que já foram
proibidos nos países chamados desenvolvidos”, observa.
Para o pesquisador, o Código Florestal só pode ser discutido se for
entendido no contexto de toda a discussão da questão agrária. “Este
debate interessa a toda a sociedade e não poderia ter sido aprovado
dessa maneira, com um relatório que foi modificado na madrugada, nas
vésperas da votação. Acredito também que não tenha sido ao acaso que foi
discutido em um momento de Copa do Mundo, no qual a população está
concentrada numa competição internacional esportiva. Acho que estes
governantes estão dando um grande exemplo da fragilidade da democracia
representativa no Brasil”, diz.
Discurso de modernidade não é novo
Carlos Walter considera que também não é possível discutir a questão
ambiental sem pensar no modelo social vigente. “Já na filosofia grega
tinha o Rei Midas, que morreu de fome, porque tudo que ele tocava virava
ouro, mas a riqueza não é o ouro, é a água, é a comida. O dinheiro (o
ouro) é a expressão da riqueza e não a riqueza enquanto tal. E é esse
dilema de Midas que a nossa sociedade está vivendo. Porque parece que
nossa sociedade inventou uma nova Lei de Lavoisier: na natureza nada se
perde, tudo se transforma em … oportunidade de mercado”, diz o
professor, alertando para o perigo de se transformar a natureza em lucro
a qualquer preço.
O geógrafo ressalta também a existência de dois modelos
técnico-políticos em disputa para a agricultura brasileira. “Um é o
modelo do agronegócio, dos grandes latifúndios empresariais, de
monocultivos de exportação, altamente energívoros, aquívoros, que
provocam grandes danos, como perdas de solos, contaminação das águas,
além de uma poluição invisível, que é uma poluição genética através do
modelo da transgenia cujo efeito sobre nossos corpos e o meio ambiente
ainda não conhecemos”, explica.
Ele lembra que esse processo não é novo, já que as oligarquias
latifundiárias, com seus monocultivos empresariais, sempre fizeram
esforços para inserir o Brasil na divisão internacional do trabalho para
exportar a commodity do momento, seja a cana de açúcar, o algodão ou o
cacau, por exemplo.
“A ideologia da modernidade tem 500 anos no Brasil. Temos hoje
rigorosamente a mesma tecnologia de ponta que tínhamos no século XVI. Um
trator com computador que hoje opera num grande latifúndio empresarial
de produção de soja é o equivalente ao engenho moderno no século XVI. O
Brasil não exportava matéria prima, como nos ensinaram os livros
didáticos e ainda hoje nos ensinam os livros de história econômica. O
Brasil exportava açúcar que era um produto manufaturado, e éramos os
maiores exportadores de manufatura já no século XVI e o fazíamos usando o
trabalho escravo. Modernidade com injustiça social nos caracteriza
desde sempre”, afirma.
O outro modelo, de acordo com o professor, é a forma pela qual os
movimentos sociais têm tentado se reapropriar politicamente da terra,
com base na agricultura familiar. “Este modelo tem na agroecologia e nas
experiências da cultura tradicional camponesa seus dois grandes
pilares. A aproximação com o conhecimento técnico se apóia nessa
capacidade de proporcionar o máximo de autonomia aos camponeses e de
potencializar a produção de acordo com as especificidades que o
ecossistema tem. É um modelo que tende para a policultura, para a
diversidade de produção e muito mais voltado para o mercado local e
regional”, distingue.
Carlos Walter chama a atenção para o fato de que nos últimos 40 anos,
ao mesmo tempo em se intensificaram as discussões sobre a necessidade
de preservação do meio ambiente, se ampliou a destruição numa escala
jamais vista na história da humanidade. “Isso exige fatalmente de todos
aqueles que estão preocupados com a questão ambiental que revejam sua
atuação política, porque a consciência ecológica não tem significado um
compromisso efetivo com a superação do problema. É como se a consciência
fosse insuficiente porque não está se traduzindo em práticas que
apontem para uma sociedade mais sustentável, embora o que mais se fale
hoje em dia é exatamente sobre sustentabilidade”, aponta.
No caso do Brasil, o professor situa a construção de Brasília e a
abertura da rodovia Belém-Brasília, como dois exemplos da intensificação
da devastação da Amazônia e do Cerrado brasileiros nos últimos 40 anos.
Ele diz que vigora atualmente uma crença cega no poder da ciência e da
técnica, a que ele atribui o nome de ideologia tecnocêntrica, mas que
não tem resultado em soluções para o problema da devastação do meio
ambiente.
“Afinal, não se trata de um problema técnico, mas sim
técnico-político e o desafio é reinventarmos uma outra matriz de
conhecimento que não seja fundada no mito da dominação da natureza, como
o atual. Nos últimos 30, 40 anos nós tivemos um avanço tecnológico no
mundo que permitiu o aumento geral da produtividade em 30 %, mas isso
não significou uma diminuição da pressão sobre os recursos naturais,
pois no mesmo período houve o aumento no consumo desses recursos em 50%.
Hoje, há informações de que já temos um consumo anual de recursos
naturais numa proporção que ultrapassa 30% da capacidade de reposição da
biomassa do planeta. Estamos sacando numa conta que sem fundo”, alerta.
Por Raquel Júnia, da Escola Politécnica de Sáude Joaquim Venâncio
(EPSJV/Fiocruz)
Amigos!! Recebo estas dicas do GP Internacional e as repasso, uma vez que já foram traduzidas para o Português.
Meu acréscimo: Maior utilização de bicicletas como meio de transporte urgentemente. Maior preservação das vias públicas
1. Carpool, cycle or use public transport to go to work. Carona solidária ou utilizar transportes públicos para ir trabalhar 2. Choose when possible products packaged without plastic and recycle or re-use containers. Adquirir sempres que possível, produtos que não possuam plásticos em suas embalagens e recicle ou reutilize as embalagens 3. Buy organic fruits and vegetables (fertilisers and pesticides are based on oil more often than not). Comprar frutas e legumes orgânicos(fertilizantes e pesticidas na maioria das vezes possuem petróleo em sua composição) 4. Buy beauty products (shampoo, soap, make-up) based on natural ingredients, not oil. Compre produtos de beleza que tenham como matérias primas ingredientes natiurais, não petróleo. 5. Choose when possible locally produced products (less transport involved). Opte por produtos produzidos localmente(há menos transporte envolvido, reduzindo a emissão de CO2) 6. Buy clothes made out of organic cotton or hemp - not from oil derivatives. Compre roupas confeccionadas a partir de algodão ou Cânhamo(fibra). Não derivados de petróleo 7. Use non-disposable items in picnics and summer festivals. Utilize produtos nao descartáveis 8. Quit bottled water Evite adquirir água mineral em garrafa plástica 9. Fly less. Voe menos 10. Demand that your government encourage renewable energy instead of oil. Exija que seu Governante invista em energias renováveis, ao invés dos altos investimentos em Petróleo como matriz energética
Dia17 de Junho é o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. Visto que a desertificação afeta cerca de 1/3 da superfície terrestre e mais de 1 bilhão de pessoas este é, sem dúvida, um tema premente que deve ser tratado todos os dias e todos os anos.
Nas zonas temperadas e tropicais são necessários cerca de 200 a 1.000 anos - dependendo do clima e do solo - para se renovarem 2,54 cm da camada superior do solo. O solo é originado por fenômenos essencialmente biológicos além dos fenômenos físico-químicos.
A manutenção da produtividade dos solos e a diminuição da desertificação tem relação direta com nossos padrões de consumo e hábitos. Por isso, poupe água! Use os solos de acordo com as suas aptidões, utilizando as culturas que mais se adequem. Faça rotações e use leguminosas que enriquecem os solos . Plante segundo as curvas de nível para evitar a erosão. Use sebes para diminuir a erosão eólica e proteja a vegetação de incêndios e queimadas.
Devemos assumir a preocupação com a qualidade do solo. Observamos frequentemente processos habitacionais áreas de encostas, áreas de inundação e áreas especialmente protegidas. O setor industrial, ainda hoje, possui empreendimentos que processam, estocam e liberam substâncias químicas no solo.
Será o solo é de fato meramente propriedade individual? Uma vez que tenha sido esgotado, quem há de pagar ou arcar com a perda de qualidade do solo?
Somos uma equipe de profissionais
da área de educação com especializações e atividades na área ambiental. Contamos ainda com profissionais altamente qualificados nas mais variadas áreas do conhecimento. Periodicamente elaboramos projetos e executamos atividades de Educação e Consultoria Ambientais.